domingo, 11 de maio de 2008

INTRODUÇÃO: BIOGEOGRAFIA E SUCESSÃO ECOLÓGICA

As análises do ambiente natural têm sido fortalecidas pelo movimento de conscientização mundial em relação ao ambiente natural. Conseqüentemente, várias áreas do conhecimento têm se direcionado para analisar, com diferentes perspectivas, o meio ambiente. Nesse sentido há uma especialização, nos estudos geográficos, que se configura na abordagem da Biogeografia. Derivam-se, portanto, pensamentos sobre os recursos naturais: água, solo, biodiversidade, entre outros. A corrente da Fitogeografia, análise dos aspectos vegetacionais das comunidades ecológicas, será o embasamento teórico para a discussão sobre a sucessão ecológica, o disclímax, especificamente nos ambientes de Cerrado.
No conjunto natural do ambiente ecológico, uma das impressões que mais se destacam deixa à mostra o revestimento vegetal, com suas variabilidades florísticas traduzidas nos agrupamentos vegetacionais, desde o seu desenvolvimento até sua fase final de organização. Esta é a perspectiva fitossociológica com a qual corrobora este estudo. (Fernandes, 2000,p. 68).

A vegetação, como forma de constituição fitossociológica na participação da paisagem,manifesta-se como um conjunto fitológico dinâmico, constantemente sujeito às variações de terminadas por efeito dos diversos fatores ambientais. Evidentemente, há de se considerar que se estrutura ao longo de sua evolução por intermédio de diversos estágios de constituição, mediante um período de desenvolvimento natural, com mudanças gradativas na composição das comunidades, até o estabelecimento do agrupamento fitossociológico definitivo. [...]. (Fernandes, 2000,p. 69).
O processo de substituição seqüencial de espécies no corpo da comunidade, numa gradiência de formas, estruturas e fisionomias, dá-se o nome de sucessão.

É a sequência de mudanças graduais nos padrões de colonização e extinção de espécies em uma comunidade, que ocorre de forma direcional, contínua e não-sazonal (BEGON ET AL, 1996 apud Townsend; Begon; Harper, 2006).

A sucessão ecológica envolve mudanças na estrutura e nos processos da comunidade ao longo do tempo. Além disso, estes processos são controlados pela comunidade, muito embora o ambiente físico determine o padrão e a velocidade desta mudança, muitas vezes limitando também a extensão do desenvolvimento florestal. (Brandão ET AL, 2007)


Assim, pode-se conceituar sere como o processo dinâmico de todas as etapas seqüenciais do sistema sucessional, desde as comunidades temporais até a definitiva. Cada estágio dos agrupamentos de espécies é considerado uma etapa da sucessão. As sucessões podem ser primárias ou secundárias. Quando primárias, o processo se inicia em um substrato destituído de matéria orgânica. Para ambas, tem-se como primeiro passo da sucessão ecológica o desenvolvimento de espécies pioneiras - FORMAÇÃO PIONEIRA. As espécies pioneiras são aquelas que podem se estabelecer rapidamente no habitat alterado. Elas precisam crescer e consumir os recursos disponíveis rapidamente. As ETAPAS INTERMEDIÁRIAS marcam as comunidades serais, nas quais temos as formações mais complexas em termos de biodiversidade. A etapa terminal se estabelece quando há um equilíbrio dinâmico entre os componentes da comunidade entre si e com o meio, assumindo uma forma estável e complexa – COMUNIDADE CLÍMAX. As plantas cimáceas podem ser germinadas à sombra, apresentando baixas taxas de crescimentos e fotossintéticas. (Fernandes, 2000,p. 71).

Climax .m. O ponto culminante. / Biologia. e Sociologia Grau máximo ou ótimo de desenvolvimento de um fenômeno. (Dicionário eletrônico: <http://www.hostdime.com.br/dicionario/climax.html>)

Daubenmire (1968) define comunidade climácica como aquela que parece manter posse permanente do ambiente. Já que, quando uma planta envelhece e morre, uma outra, imediatamente mais jovem, deve substituí-la. Desta forma, deve-se esperar uma série completa de classes de idade para cada uma das espécies que compõem a comunidade. (Silva, 2007).

A tendência geral da sucessão é o sentido da simplicidade para a complexidade de organização e da dominância de formas de vida cada vez mais elevadas e variadas. Entretanto, muitos e comuns fenômenos naturais – terremotos, inundações, ventanias passageiras, avalanches de rochas e atividades humanas –incêndios, desmontes, devastação para culturas e outras práticas – provocam alterações ou destruição da cobertura vegetal. Não havendo uma transformação completa, provocando reversões no processo sucessional. Assim, temos o estágio nomeado DISCLÍMAX, onde uma vegetação perturbada que pode se regenerar, caso a fonte dos distúrbios cesse. (Fernandes, 2000,p. 75).

Disclímax é um subclímax originado por pertubações introduzidas pela atividade humana, como pastoreiro e queimadas [...]. (Rizzini, 1979).

O disclímax é, portanto, uma comunidade vegetal que sofre a ação de agentes externos desfavoráveis, tornando-a degradada. Este estágio é uma alteração total ou parcial do clímax, uma descontinuidade deste. Alguns exemplos de disclímax são: as clareiras (capoeiras), as áreas queimadas, áreas agrícolas e de pastagens.
Após uma alteração na comunidade vegetacional, um disclímax, o processo de sucessão secundária tende a reconstituir a vegetação alterada ou perturbada, por meio da recomposição ou substituição das espécies. Esta é a SUBSERE. (Fernandes, 2000,p. 75).

DISCLÍMAX E SUCESSÃO SECUNDÁRIA

“Os distúrbios que provocam clareiras são comuns em todos os tipos de comunidades. Em florestas, podem ser causados por tremores, ventos fortes, raios, elefantes, retirada de madeiras, ou simplesmente a morte de uma árvore. Entre os agentes causadores do distúrbio no campo estão a geada, os animais que fazem tocas, além dos dentes, patas ou estrume de pastejadores. Em costões rochosos ou recifes de coral, as clareiras em comunidades de algas ou de animais sésseis podem ser formados como resultado da forte ação de furacões, maremotos, golpes desferidos por embarcações, nadadeiras de mergulhadores descuidados ou predadores.
Do ponto de vista dos efeitos da criação e reocupação de clareiras, podem ser reconhecidos dois tipos de organização de comunidades fundamentalmente diferentes. As situações em que todas as espécies são bons colonizadores e essencialmente competidoras iguais são descritas como controladas pelos colonizadores. Aquelas em que algumas espécies são competitivamente muito superiores são descritas como controladas pela dominância. As dinâmicas dessas duas situações são completamente diferentes, como será descrito a seguir.
Nas comunidades controladas pelos colonizadores, as espécies são aproximadamente equivalentes quanto à sua capacidade de invadir clareiras, são igualmente tolerantes às condições abióticas e podem manter as clareiras contra todos aqueles que chegam durante o seu tempo de vida. Em conseqüência, a probabilidade de exclusão competitiva na comunidade como um todo pode ser muito reduzida, onde clareiras surgem continuamente ao acaso. Isso pode ser identificado como uma “loteria competitiva”. A ocupação de uma série de clareiras tem a probabilidade de mudar através do tempo. Em cada ocasião em que um organismo morre (ou é morto), a clareira é reaberta para a invasão. Todas as substituições imagináveis são possíveis e pode ser esperada a manutenção da riqueza em espécies em um nível alto no sistema como um todo.
[...]
Em comunidades controladas pela dominância, ao contrário, algumas espécies são competitivamente superiores a outras e um colonizador inicial de um mancha não necessariamente mantém sua presença neste local. A dispersao entre manchas ou o crescimento de um indivíduo dentro de uma mancha ocasionará um rearranjo e espécies podem ser localmente excluídas pela competição. Nesses casos, os distúrbios que causam clareiras levam a sequências de espécies razoávelmente previsíveis porque espécies diferentes têm estratégias diferentes para exploração dos recursos – espécies iniciais são boas colonizadoras e crescem rapidamente, enquanto as espécies tardias podem tolerar níveis mais baixos de recursos e crescem até a maturidade na presença de espécies iniciais, consequentemente competindo com elas. Tais sequências são exemplos de sucessões de comunidades. O efeito deste distúrbio é remeter a comunidade a um estágio inicial de sucessão. O espaço aberto é colonizadopor uma ou mais espécies de um grupo de oportunistas de início de sucessão. Com o passar do tempo, mais espécies invadem, com freqüência aquelas com o menor poder de dispersão. Essas finalmente atingem a maturidade, dominando os estágios médios da sucessão e muitas ou todas as espécies pioneiras são levadas à extinção. Mais tarde a comunidade chega ao seu estágio clímax, quando os competidores mais eficientes expulsam seus vizinhos. Nesta sequência, se ela percorre seu curso completo, o número de espécies primeiro cresce (por causa da colonização) e depois decresce (por causa da competição) “. (Townsend; Begon; Harper, 2006, p. 351-352).

Os distúrbios, que provocam as comunidades disclimax, podem ser sincronizados por áreas extensas, como o fogo, que em uma floresta pode destruir uma extensão imensa de uma comunidade clímax, decorrendo uma suceesão secundária mais ou menos sincronizada, com a diversidade aumentando durante a fase da colonização inicial e caindo de novo devido à exclusão competitiva com a chegada do clímax. Outros distúrbios são muito menores e produzem um mosaico de habitats. Se esses distúrbios estiverem defasados com um outro, a comunidade resultante compreende um mosaico de manchas em estágios diferentes de sucessão. Esta é a configuração mais próxima da realidade das diversas comunidades ecológicas do mundo. (Townsend; Begon; Harper, 2006, p. 353).

A sucessão de algas marinhas sobre matacões submetidos à agitação das águas é inusitada, pois pode atingir o clímax em apenas poucos anos. Por outro lado, a sucessão em campos abandonados pode levar 100-300 anos para alcançar o clímax, mas, durante este período, a probabilidade de ocorrência de queimadas ou furacões é tão alta que o processo de sucessão pode nunca chegar a se completar. Considerando as comunidades florestais temperadas do norte e, provavelmente, também nos trópicos estão ainda se recuperando da última glaciação, é questionável que a vegetação clímax idealizada seja frequentemente alcançada na natureza. (Townsend; Begon; Harper, 2006, p. 358).

[...] Uma floresta ou uma ampla área campestre que parece ter alcançado uma estrutura de comunidades estável, quando estudada em escala de hectares, será sempre um mosaico de sucessões em miniatura. Com a queda de árvores ou a morte de ervas campestres, criam-se clareiras nas quais começam novas sucessões. O padrão da dinâmica em manchas de muitas comunidades é o resultado do processo de mortes, substituições e microssucessões que uma observação mais abrangente pode ocultar. (Townsend; Begon; Harper, 2006, p. 358).

Em qualquer ponto de qualquer sucessão, forças naturais ou o homem pode destruir a vegetação, assim começando um subsere, ou destruir o próprio substrato, assim começando novo prissere sobre a nova superfície. Por esta razão, a maior parte da superfície terrestre da terra hoje não traz vegetação clímax e, de fato, em muitas regiões é difícil saber o que é vegetação clímax.

DISCLÍMAX NO BRASIL

Em território brasileiro, a formação das florestas secundárias é atribuída à expansão da fronteira agrícola, aos projetos de urbanização e industrialização e à mineração. Também é formada pela exploração seletiva de madeiras e pelo corte raso para a realização da agricultura itinerante, o que causa a abertura de grandes clareiras e o surgimento da vegetação secundária. Segundo Almeida (1989), clareira é toda área de floresta com dossel descontínuo, aberta pela queda de galhos de uma única ou mais arvores, limitada pelas copas das árvores marginais. Esta abertura proporciona mudanças na qualidade da luz, umidade e temperatura do soloe alterações das propriedades do solo, incluindo a aceleração do processo de decomposição, aumento da disponibilidade de nutrientes e maior exposição do solo mineral (Denslow, 1980). Nestas áreas perturbadas – disclimáceas -, ocorre a sucessão secundária, onde a composição florística vai se modificando, geralmente com a comunidade se tornando cada vez mais complexa e diversificada. Portanto, os estudos da regeneração natural são necessários para que os mecanismos de transformação da composição florística e estrutura possam ser compreendidas. Tais conhecimentos constituem uma ferramenta básica para a tomada de medidas que visem à aceleração e direcionamento do processo de sucessão secundaria, seja para preservação ou produção comercial. (RONDON-NETO, 2000).

No Brasil, em área de mata virgem, a vegetação é derrubada ou queimada e o terreno cultivado e pastado. As práticas de queimadas anuais proporcionam a manutenção do disclímax de campo cultivado ou campo pastado ano após ano. Fatores limitantes ambientais também proporcionam uma comunidade disclímax.
[...] a floresta pluvial, e.g., é um clímax nas melhores áreas climáticas adequadas; nesse caso, ela realiza-se sobre vários tipos de solo. Mas, se este for raso ou seco, ela tomará a forma de thicket ou de mata seca, que serão subclimáceas [...] (Rizzini, 1979, p. 349).

ÁREA DE ESTUDO: PARQUE ESTADUAL DOS PIRINEUS - PIRENÓPOLIS, GO, BRASIL.

O Parque Estadual da Serra dos Pireneus localiza-se entre os Municípios de Pirenópolis, Cocalzinho e Corumbá de Goiás, Estado de Goiás, a 18 quilômetros do Município de Pirenópolis (15° 50'S, 48° 57' W), com altitude máxima de 1385m no pico do Montes Pireneus. O Parque Estadual da Serra dos Pireneus foi criado em 1987, e compreende regiões de cerrado sensu stricto, campo sujo, floresta úmida semi-decídua, floresta de galeria e vegetação de formações rupestres.

A cidade de Pirenópolis foi fundada em 1730 e tombada pelo Patrimônio Artístico Nacional em 1989. Está situada no limite geográfico da Latitude e Longitude (-15º29’ 54’’, 49º13’ 44’’ canto superior esquerdo); (-16º08’46’’, -4846’40’’ canto direito inferior). Situado no Planalto Central Brasileiro. Distante 93,21km de Brasília (BR -070) por Cocalzinho ou pela Serra dos Pirineus, 123 km de Goiânia e 89km de Anápolis.











Foto do Parque Estadual dos Pirineus, Pirenópolis, GO. Fonte: http://www.panoramio.com/photo/3719716

O CERRADO

Por seu alto endemismo e pela rápida perda de habitats, o Cerrado foi apontado por MYERS et al. (2000) como um dos hotspots de biodiversidade existentes no mundo – atualmente em número de 34 – e o único deles com predomínio de savanas e florestas secas. O bioma Cerrado, encontrado na área de estudo, é, portanto, considerado crítico para a conservação. Esta é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, cobrindo 25% do território nacional. O Cerrado é uma formação do tipo savana tropical. A fisionomia mais comum é a formação aberta de árvore e arbustos baixos coexistindo com uma camada rasteira graminosa. Existem, entretanto, várias outras fisionomias, indo desde os campos limpos até as formações arbóreas. (Bonnet; Ferreira; Lobo, 2006).

FITOFISIONOMIAS DO CERRADO

O Bioma Cerrado comporta a mais rica savana do planeta. Apresentado em diferentes paisagens, este bioma é representado diferentemente por suas variadas fitofisionomias.
“O IBGE caracteriza o Cerrado l.s. nas seguintes fitofisionomias: savana florestada, savana arborizada, savana parque e savana gramíneo-lenhosa. Respectivamente, os tipos de vegetação apresentam um gradiente de biomassa, o qual está intimamente relacionado com as características dos solos. Estes são predominantemente classificados como latossolos vermelhos submetidos a profundo intemperismo, tipicamente profundos, uniformes, porosos, ácidos, pobres em bases trocáveis e ricos em óxidos de alumínio e de ferro. A forma de menor biomassa é chamada campo limpo (fisionomia herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore), e na seqüência crescente, campo sujo (fisionomia herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si), campo cerrado (vegetação arbustivo-arbóreo e árvores esparsadas), cerrado stricto sensu (fisionomia característica do bioma savânico, com árvores baixas e retorcidas, arbustos, subarbustos e ervas) e cerradão (formação florestal com elementos xeromórficos e composição mista de espécies comuns ao cerrado stricto sensu, matas de galeria e florestas deciduais).
As formas de Cerrado l.s. possuem uma vasta gama de características fisionômicas e estruturais, gradativas entre as condições ecológicas de uma savana tropical úmida e uma floresta estacional semidecidual. Há, portanto, em certos casos, a necessidade de uma divisão arbitrária entre elas para fazer a classificação das tipologias.
O Cerrado por apresentar diferentes formações, nichos vagos e ambientes abertos sem dossel contínuo, muitas vezes favorece e propicia a invasão biológica de diferentes espécies exóticas, sejam elas gramíneas, arbustivas ou arbóreas.” (Spindola; Bechara; Barreto, 2006, p. 379).

As fitofisonomias normalmente adotadas pelos estudos são: cerradão, cerrado sentido restrito, campolimpo, campo sujo, Matas de Galeria, Matas Mesofíticas.

DEGRADAÇÃO DOS CERRADOS

O processo de transformação do uso do solo, principalmente na região do bioma Cerrado, tem produzido, nas últimas décadas, um fenômeno de perda irrevogável de algumas características do meio ambiente natural. As pressões exercidas pelo aumento da população e a demanda de alimentos e de produtos como energia, água e outros fizeram com que os ambientes naturais sofressem drásticas transformações, num período de tempo relativamente curto. (NOBREGA; ENCINAS, 2006).


[...] o Cerrado tem sido a fronteira de expansão agrícola brasileira nos últimos 30 anos, para a produção de soja, milho e, mais recentemente, pecuária. Em face disso, 37,3% de sua área se encontram totalmente convertidos para usos antrópicos (CONSERVATION INTERNATIONAL, 2005). [...]. (Bonnet; Ferreira; Lobo, 2006)

Os dados de degradação ambiental nos cerrados é alarmante. Alguns estudos indicam que 49,11% da integridade da cobertura vegetal estaria comprometida, classificados como não-Cerrado, 16,72% seria Cerrado fortemente antropizado, 17,45% Cerrado antropizado e apenas 16,77% restariam de áreas de Cerrado não antropizado. (Walter, 2006, p. 389).

[...] Estudos recentes mostram que mais que 50% de sua área original foi convertida ou transformada pela ação humana (Machado et al. 2004). [...]. (COUTO-JUNIOR ET AL, 2007)






http://www.conservation.org.br/arquivos/Mapa%20desmat%20Cerrado.jpg


Pesquisas do projeto Ecomuseu do Cerrado apontam as porcentagens de uso do solo no município de Pirenópolis, GO. A região total do município possui 2.186 KM. Destes, 569,ou seja, 26% são vegetações de matas; 438 são consideradas Cerrado, 20%; e 1180km, 54% da cobertura territorial do município é considerada antropizada. (NOBREGA; ENCINAS, 2006).

A paisagem natural encontra-se fragmentada, compostas por ilhas inseridas em uma matriz de agroecossistemas. A intensa transformação antrópica do Cerrado tem o potencial de produzir grandes perdas de biodiversidade, especialmente em vista das limitações das áreas protegidas, pequenas e concentradas em poucas regiões. Dentre as regiões apontadas como áreas prioritárias para a conservação da vegetação do cerrado, aparece o Parque Estadual dos Pirineus (Serra dos Pirineus, Pirenópolis, GO), assim como toda a região de Pirenópolis foi apontada como área prioritária para a conservação da biodiversidade do Cerrado (polígono 218). (BRASIL, 2002).

CERRADO E DISCLIMAX

[...] No Planalto Central Brasileiro, o cerradão é o clímax dos solos profundos e o campo limpo é o clímax dos solos arenosos e rasos; o cerrado comum é um disclímax, o qual pode ser oriundo da ação prevalente do fogo, alguns chamaram de piroclímax. (Rizzini, 1979, p. 349).

Assim, o cerrado senso restrito, assim como as áreas de matas degradadas são consideradas áreas disclímax. Pois há um agente perturbador – fogo, homem – que altera a organização e estrutura daquela comunidades vegetal. Após cessada a intervenção, a comunidade voltará para a sucessão, por meio de uma subsere, como representam as capoeiras nas Matas de Galeria e Matas Mesofíticas.



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UNB

sexta-feira, 25 de abril de 2008

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL, MMA. BIODIVERSIDADE BRASILEIRA: Avaliação e Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira. Panorama do Cerrado e Pantanal. P. 175-213.

Fonte: Sistema de Reserva Legal Extra-Propriedade no Bioma Cerrado: Uma Análise Preliminar no Contexto da Bacia Hidrográfica. Barbara Rocha Pinto Bonnet1 ; Laerte Guimarães Ferreira2;Fábio Carneiro Lobo3. publicado em Revista Brasileira de Cartografia No 58/02, Agosto, 2006. (ISSN 1808-0936), p. 129-137.


COUTO-JUNIOR, A. F.; ENCINAS, J. I.; CARVALHO-JUNIOR, O. A.; MARTINS, E. S.; GOMES, R. A. T. Mapeamento temporal da cobertura da terra do Ecomuseu do Cerrado, Goiás, através do uso de imagens do sensor MODIS. Artigo publicado nos Anais do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007. INPE, p. 3841-3847.

FERNANDES, Afrânio. Fitogeografia Brasileira. Fortaleza, UFC, 2000.

RIZZINI, C. T., 1979, Tratado de Fitogeografia do Brasil. Aspectos Sociológicos e Florísticos. HUCITEC, São Paulo, 2 vol., 374p.

SILVA, Denny William da. Estrutura etária das principais populações arbóreas em uma área de cerradão na Fazenda Canchim, São Carlos, SP. Departamento de Ciências Biológicas – UNICENTRO 85015-430 Guarapuava, PR. João Juares Soares Departamento de Botânica – UFSCar 13560-000 São Carlos, SP. 2007.

TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L. Fundamentos em Ecologia. 2ª. Edição. Porto Alegre: Artmed, 2006. P. 350-358.

RONDON-NETO, Rubens Marques; BOTELHO, Soraya Alvarenga; FONTES, Marco A. Leite; DAVIDE, Antonio Claudio; FARIA, José Márcio Rocha. Estrutura e composição florística da comunidade Arbustivo-arbórea de uma clareira de origem Antrópica, em uma floresta estacional semidecídua Montana, LAVRAS-MG, BRASIL. CERNE, V.6, N.2, P.079-094, 2000.

USO ATUAL DO SOLO DO PROJETO ECOMUSEU DO CERRADO1
Ricardo Campos da Nóbrega2 e José Imaña Encinas2. Publicado em : R. Árvore, Viçosa-MG, v.30, n.1, p.117-122, 2006

Walter, Bruno Machado Telles. Fitofisionomias do Bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Tese de Doutorado em Ecologia, Universidade de Brasília- UnB, 2006. P. 389.

Uso de Sensoriamento Remoto na Identificação de Fitofisionomias do Cerrado Lato Sensu. Conrado Martignoni Spínola1, Fernando Campanhã Bechara1 e Klaus Duarte Barretto2 . Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 378-380, jul. 2007. P. 378-380.